Evo Morales, ex-presidente da Bolívia que renunciou no ano passado depois de quase 14 anos no poder, tem intenção de se candidatar a deputado ou senador nas eleições de 3 de maio na Bolívia. Para isso, Evo autorizou o seu advogado a registrá-lo como candidato ao Congresso, informou o seu partido Movimento ao Socialismo nesta quinta-feira (30).
Evo está impedido de participar das próximas eleições como candidato à Presidência, e por isso a legalidade da sua ação tem sido debatida na Bolívia. O advogado constitucionalista José Luis Santisteban disse ao jornal El Deber que Evo tem seus direitos políticos protegidos com base na Convenção Americana de Direitos Humanos e Organização das Nações Unidas, embora esteja na condição de refugiado na Argentina. Com isso, o ex-presidente não tem impedimento para candidatar-se. Porém, isto não impede que ele deva responder na Justiça pelas acusações de sedição e terrorismo feitas pelo atual governo interino contra ele, argumentou Santisteban.
O vice-ministro do Interior da Bolívia, Daniel Humérez, alertou que, se Evo "pisar no território boliviano, imediatamente [...] será feita sua prisão", relatou a AFP.