O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na manhã de hoje, durante uma coletiva de imprensa, a convocação de novas eleições no país. Em outubro, numa eleição sobre a qual pairam muitas suspeitas de fraude, Morales se declarou vencedor em primeiro turno, dando início a uma série de manifestações violentas pelo país.
Observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos) questionaram desde o princípio a legitimidade das eleições bolivianas por problemas no transporte das urnas e sobretudo na apuração dos votos. Carlos Mesa, principal adversário de Morales, acusou o atual presidente de querer se perpetuar no poder para instaurar no país uma ditadura nos moldes venezuelanos.
O impasse eleitoral levou milhares de bolivianos às ruas. Houve violência, com três pessoas mortas e pelo menos uma centena de feridos. Os caminhoneiros agravaram o caos na Bolívia com uma paralisação. E, na noite de sexta-feira (8), foi a vez de os policiais se recusarem a reprimir as manifestações e darem início a um motim.
Sob pressão, Evo Morales agora não só convoca novas eleições como comunica a substituição de todo o Tribunal Eleitoral boliviano.