O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, em entrevista coletiva, após o encerramento das eleições presidenciais bolivianas, em Buenos Aires, Argentina, onde está refugiado| Foto: ALEJANDRO PAGNI/AFP
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O ex-presidente da Bolívia Evo Morales prometeu regressar ao país "mais cedo ou mais tarde", durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (19) na Argentina, onde está exilado desde novembro do ano passado, quando foi forçado a renunciar após protestos violentos no país. "Isso [voltar para a Bolívia] não está em debate. É questão de tempo. Meu grande desejo é voltar para a Bolívia e entrar na minha região onde nasci como dirigente sindical e me tornei presidente do Estado Plurinacional", disse, após pesquisas de boca de urna indicarem que seu afilhado político, Luis Arci, venceu as eleições presidenciais deste domingo.

Morales também defendeu um "pacto de reconciliação" entre partidos e as classes trabalhadora e empresarial no país de agora em diante. "Não somos vingativos, não somos revanchistas, todos estão convidados a trabalhar. As eleições não acabam apenas no dia da votação, é (uma briga) todos os dias. O camarada Lucho (Luis Arce) com certeza vai implementar essa forma de trabalhar, de reunir, de ouvir, aprovar, recolher projetos, novas iniciativas de desenvolvimento económico e social", disse Morales.

O político de extrema-esquerda mencionou também uma ligação que recebeu do papa Francisco logo após que renunciou a presidência, em 10 de novembro do ano passado. "Certa manhã, fiquei surpreso com o telefonema do irmão papa Francisco. Muito obrigado. Quero que o Papa saiba que o movimento indígena não é rancoroso, não somos vingativos", disse ele, lembrando a conversa.

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