O incêndio da Catedral de Notre-Dame, em Paris, na França, expôs escolas, creches e parques a altos níveis de chumbo, mas, mesmo sabendo disso, as autoridades francesas responderam com atrasos e negações, segundo relevou uma reportagem do New York Times publicada no fim de semana.
Os níveis de chumbo presentes no ar nas proximidades da catedral histórica chegaram a ser até 1.300 vezes mais altos que as diretrizes de segurança da França. Isso ocorreu porque o fogo destruiu o telhado e a torre da catedral, que eram cobertos com 460 toneladas de telhas de chumbo.
De acordo com investigação do New York Times, as autoridades francesas estavam cientes da ameaça de contaminação por chumbo 48 horas após o incêndio, mas levaram um mês para fazer os primeiros testes de chumbo em uma escola perto da Notre-Dame. O governo de Emmanuel Macron também falhou na limpeza de toda a área logo após o incêndio e esperou quatro meses para concluir a completa descontaminação do bairro, além de não ter garantido a segurança das pessoas que trabalharam na catedral após o incêndio, as deixando expostas a níveis de chumbo mais de mil vezes acima do nível aceitável.