O presidente da França, Emmanuel Macron| Foto: EFE/EPA/STEFANO RELLANDINI/POOL MAXPPP OUT
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A França deu a entender que pode atrapalhar as negociações para um acordo de livre comércio da União Europeia com a Austrália devido ao acordo militar Aukus, anunciado por australianos, Estados Unidos e Reino Unido na semana passada e que resultou no cancelamento de uma encomenda de submarinos franceses pelo país da Oceania.

Em entrevista ao site Politico no fim de semana, Clément Beaune, secretário de Assuntos Europeus da França, alegou que “manter a palavra é condição de confiança entre democracias e entre aliados”, antes de acrescentar: “Portanto, é impensável avançar em negociações comerciais como se nada tivesse acontecido com um país no qual não confiamos mais”.

A Comissão Europeia negocia desde 2018 um acordo de livre-comércio da União Europeia com Austrália e Nova Zelândia. Pelo Aukus, os australianos serão equipados com submarinos de propulsão nuclear, o que encerrou um acordo bilionário que a Austrália havia estabelecido em 2016 com o francês Naval Group para a construção de uma nova frota de submarinos com propulsão a diesel e elétrica.

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Em resposta, a França convocou os seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália para consultas na sexta-feira (17). Na véspera, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, havia classificado o Aukus como “uma facada nas costas”.