O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou, em nota publicada nesta quinta-feira (1º), que está acompanhando de perto o processo de "juízo político" contra o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e que espera que ele seja conduzido "sem quebra da ordem democrática, em respeito aos compromissos assumidos pelo Paraguai no âmbito da cláusula democrática do Mercosul". Nesta quarta-feira (31), a oposição no Paraguai deu início a um processo de impeachment contra Abdo e o vice-presidente, Hugo Velázquez, após a divulgação de novos termos financeiros firmados entre Paraguai e Brasil para a compra de energia elétrica da usina binacional de Itaipu, que tornaria a energia mais cara no país vizinho.
Na imprensa do Paraguai, esse recado foi entendido como uma ameaça do governo brasileiro de suspender o Paraguai do Mercosul se o "juízo político" contra Abdo seguir adiante - o que aconteceu em 2012 após o impeachment do então presidente paraguaio, Fernando Lugo, aliado dos governos de esquerda da região naquela época. Abdo é aliado do governo de Jair Bolsonaro e um dos signatários da ata de criação do Prosul (Foro para o Progresso e Desenvolvimento do Sul), fundado por líderes de direita da América do Sul no início deste ano.
