Evento vai até este domingo e pretende ser versão árabe de Davos| Foto: EFE/EPA/NOUSHAD THEKKAYIL
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A invasão russa à Ucrânia monopolizou as atenções no Fórum de Doha, neste sábado (26), com o inesperado discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a participação do alto representante de Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, e o apoio, transmitido a Kiev, do emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani. Ele é o anfitrião do encontro, que segue até o domingo e pretende ser uma versão árabe de Davos.

O discurso virtual de Zelensky, que está se tornando figurinha carimbada em fóruns internacionais, foi recebido com aplausos. Entre os participantes estão líderes e estrategistas políticos de todo o mundo, reunidos na capital do Catar, para abordar as principais questões de preocupação global. "Precisamos de uma verdadeira reforma das instituições internacionais para que um país não possa fazer o que quer", disse Zelensky no evento, organizado para discutir mudanças climáticas, refugiados e, sobretudo, a recuperação após a crise do coronavírus.

Zelensky ainda pediu que se "aumente a produção de energia" diante da chantagem da Rússia e listou o Catar entre os países "responsáveis, confiáveis e firmes" na exportação de seus recursos que, dessa forma, "podem contribuir para a estabilidade na Europa". Ele lembrou a comunidade muçulmana que vive na Ucrânia, especialmente em Mariupol, e comparou a cidade sitiada pelos russos a Aleppo, na Síria, dizimada na guerra daquele país.

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Em sua fala, Borrell também comparou a destruição da Ucrânia com a devastação sofrida na nação árabe e declarou que a Rússia está transformando o país em uma "segunda Síria". O diplomata afirmou ainda que, apesar de o conflito ocorrer nas fronteiras europeias, "não é um problema europeu", mas de todo o mundo, o que exige "o reforço da legislação em nível internacional e um melhor equilíbrio de poder".