O presidente do Chile, Gabriel Boric
O presidente do Chile, Gabriel Boric| Foto: EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

Um homem de 31 anos foi detido na quinta-feira (21) por tentativa de agressão ao presidente do Chile, Gabriel Boric, na cidade de Coquimbo (400 quilômetros ao norte de Santiago) durante a primeira viagem do mandatário pelas regiões do país. Segundo informações preliminares, o indivíduo foi detido pela polícia depois de atirar uma pedra em Boric, que cumprimentava apoiadores perto da sede do governo regional, na praça principal.

"Se alguém pensa que pode me intimidar ou mudar a forma como queremos governar, está muito enganado", disse Boric após o incidente, acrescentando que o Executivo continuará a falar com "pessoas que concordam e discordam" com a linha de governo.

"Acreditamos que este é o papel de um governo: ouvir, olhar as pessoas nos olhos, saber que há ansiedades, preocupações e esperanças que as pessoas têm e que temos de olhar. Se estivermos fechados e se apenas falarmos com as autoridades em locais ultraprotegidos, vamos perder uma parte importante do que está acontecendo no Chile", argumentou.

Após tomar conhecimento dos acontecimentos, o ex-presidente do Chile Sebastián Piñera publicou uma mensagem de apoio a Boric nas redes sociais. "A minha solidariedade com o presidente Gabriel Boric diante da agressão covarde. As pedras não são o caminho e a violência deve ser sempre condenada, com força e clareza. Temos de recuperar os caminhos do diálogo, colaboração e acordos para construir um Chile melhor para todos", disse Piñera, no Twitter.

A gestão da pandemia, a fragilidade da economia marcada pela inflação histórica, o conflito político em Araucanía e a crise migratória sem precedentes são alguns dos desafios que o governo Boric já enfrenta, com um início de gestão que ele próprio descreveu como "turbulenta".