Apoiadores do Movimento de Despertar Nacional do Turquistão do Leste protestam em frente à embaixada britânica em Washington, em 16 de abril, para que o Parlamento Britânico declare que a China promove genocídio de uigures em Xinjiang em votação marcada para 22 de abril
Apoiadores do Movimento de Despertar Nacional do Turquistão do Leste protestam em frente à embaixada britânica em Washington, em 16 de abril, para que o Parlamento Britânico declare que a China promove genocídio de uigures em Xinjiang em votação marcada para 22 de abril| Foto: Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

A ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que o governo da China está cometendo "crimes contra a humanidade" na região de Xinjiang em suas ações de opressão contra os uigures e outras minorias muçulmanas. Em relatório produzido em parceria com a Universidade de Stanford (EUA) e publicado nesta segunda-feira (19), a organização pediu que os governos do mundo atuem contra empresas e autoridades que lucram com o trabalho forçado na região do noroeste da China.

"A opressão do governo da China a muçulmanos túrquicos não é um fenômeno novo, mas nos anos recentes atingiu níveis sem precedentes", afirma o documento. "Até um milhão de pessoas foram detidas arbitrariamente em 300 a 400 instalações, que incluem campos de 'educação política', centros de detenção pré-julgamento e prisões".

A HRW recomendou que a União Europeia adie a ratificação de um recente acordo de comércio com a China até que as alegações de trabalhos forçados sejam investigadas, as vítimas compensadas e ocorra um "progresso substancial à responsabilização de culpados".

Segundo a ONG, o objetivo aparente do regime chinês é "a eliminação da cultura e religião" das etnias uigures, kazajos, kirquises e outros muçulmanos túrquicos em Xinjiang. Com base em relatos e documentos, a HRW culpa a China de prisões ilegais, tortura, assassinatos, políticas de trabalhos forçados, violência sexual e coerção para controle de fertilidade dessas minorias. A entidade diz que a extensão dessas violações ainda não está clara e defendeu mais investigações.