Um jornalista americano foi morto durante um tiroteio em Irpin, a oeste de Kiev, de acordo com a polícia da capital da Ucrânia em sua página no Facebook. O cinegrafista Brent Renaud, de 51 anos, foi inicialmente identificado como jornalista do The New York Times, informação que foi corrigida pelo periódico norte-americano, em sua conta no Twitter.
De acordo com o comunicado, a última contribuição do repórter cinematográfico para o jornal havia sido em 2015. "Notícias iniciais de que ele trabalhava para o Times circularam, porque ele usava uma credencial do veículo, que foi emitida para uma cobertura há muitos anos.”
Juntamente Renaud estava o fotógrafo americano de origem colombiana Juan Arredondo, que ficou ferido no ataque. Em vídeo divulgado pelo Parlamento ucraniano, no Twitter, ele contou que estavam atravessando uma ponte, quando começaram os tiros.
“Nós íamos gravar outros refugiados saindo, íamos pegar um carro que alguém nos ofereceu para nos levar para a outra ponte. Atravessamos o posto de controle e eles começaram a atirar em nós, então o motorista se virou e continuaram atirando em nós", explicou no vídeo, enquanto estava sendo tratado em uma maca no hospital de Okhmatdyt.
"Meu amigo Brent Renaud foi baleado no pescoço e deixado para trás. E nos separamos", disse o fotógrafo no vídeo de um minuto.
As autoridades ucranianas acusaram os russos de abrirem fogo contra o carro dos dois jornalistas americanos. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) disse que o ataque foi uma violação do direito internacional. Logo após a morte do cinegrafista, a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação para esclarecer as causas.
Os dois jornalistas foram atingidos no momento em que dirigiam com um civil ucraniano, também ferido, afirmou o médico Danylo Shapovalov à agência de notícias France-Presse. Jornalistas da AFP que trabalham no local relataram ter ouvido disparos na manhã do domingo, e um deles viu o corpo de Renaud.
O governo dos Estados Unidos prometeu, neste domingo, aplicar as "consequências apropriadas" pela morte do jornalista. Em entrevista à emissora de TV CBS, o conselheiro de segurança do governo da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que o incidente foi "chocante e horripilante" e afirmou que estava em contato com as autoridades ucranianas para obter mais informações a respeito, para que o governo dos EUA pudesse agir.
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