A justiça da Argentina anulou nesta segunda-feira, 10, a última ordem de prisão contra a vice-presidente Cristina Kirchner, que ainda é alvo de oito processos, informou uma fonte judicial. A ex-presidente (2007 a 2015) corria risco de ser detida por conta da investigação dos "cadernos da corrupção", que analisa supostos subornos pela concessão de obras públicas orçadas em mais de US$ 160 milhões durante o governo de seu falecido marido, Nestor Kirchner (2003-2007), e o seu, e que envolvem ex-ministros e dezenas de empresários.
Embora sua detenção preventiva tenha sido decretada em cinco procedimentos, elas não foram executadas por conta de seus privilégios, primeiro como senadora e agora como vice-presidente.
Em outubro passado, a Justiça decidiu libertar os empresários Cristóbal López e Fabián de Sousa, também vinculados à causa dos cadernos, assim como o ex-secretário de Obras Públicas dos governos Kirchner (2003-2015), José López. A própria Cristina Kirchner, que está atualmente em Cuba para ver sua filha Florencia - que recebe tratamento de saúde lá - recebeu a revogação de outra ordem preventiva de prisão há dois meses, relacionada a um controverso memorando de entendimento entre a Argentina e o Irã.
O juiz que emitiu o mandado de prisão da ex-mandatária nesse caso, assim como nos processos dos cadernos da corrupção e outros derivados dessa causa-mãe, Claudio Bonadio, morreu na semana passada.
Em declarações à agência Efe, Gregorio Dalbón, um dos advogados da vice-presidente argentina, disse que todos os mandados de prisão foram "armados" por Bonadio e depois revogados por seus superiores.