A Ucrânia abandonará as negociações de paz caso a Rússia realize um referendo na cidade portuária de Kherson e as tropas russas acabem com os defensores da cidade sitiada de Mariupol, no sudeste do país, garantiu neste sábado o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Se eles destruírem nosso povo em Mariupol, se um pseudo-referendo for proclamado em novas pseudo-repúblicas, a Ucrânia se retirará de qualquer processo de negociação", disse Zelensky em entrevista coletiva, citada pela agência de notícias “Unian”.
Zelensky acrescentou que os ucranianos que ainda estão nos territórios ocupados devem ficar alertas, não ajudar os ocupantes que aparecem em suas casas e não fornecer nenhuma informação.
Sobre o referendo, considerou que "isto impede definitivamente o fim da guerra pelos canais diplomáticos", e se trata "definitivamente de um passo errado por parte da Rússia", evidenciando que ”tudo o que aconteceu até este momento, todas estas sessões da diplomacia grupos, são uma ficção e um teatro político com atores muito ruins".
Os invasores russos têm a intenção de realizar um referendo sobre a criação de uma "República Popular de Kherson”, com inclinação pró-Rússia, inicialmente previsto para entre 1º e 10 de maio, mas que depois teve a data modificada, podendo inclusive ser antecipado para 27 de abril.
Cerca de 40% dos moradores de Kherson já deixaram a cidade desde o início da invasão russa, no último dia 24 de fevereiro.