O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nesta segunda-feira seu "acompanhamento militante e solidário" ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, no 42º aniversário da revolução sandinista que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza Debayle.
"Reiteramos nosso acompanhamento militante e solidário com o Comandante Daniel Ortega Saavedra e a [vice-presidente e primeira-dama] companheira Rosario Murillo nos caminhos das vitórias que virão, e condenamos a agressão política, econômica e midiática que o imperialismo tem imposto contra o povo nicaraguense", diz a declaração de Maduro publicada pelo Ministério das Relações Exteriores venezuelano.
No domingo, véspera do aniversário, não havia o ambiente festivo de outrora na Nicarágua, nem caravanas de todo o país que se dirigiam a Manágua para imitar a celebração do dia 19 de julho de 1979. Ao contrário de outros anos, as bandeiras vermelha e negra da governante Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) e as canções consideradas "revolucionárias" não predominaram nas ruas da Nicarágua, exceto em Boaco, Granada e Jinotega, onde grupo de militantes sandinistas fez um tour pela cidade.
Recentemente, a ditadura de Ortega, um dos principais aliados de Maduro no continente, vem recebendo inúmeras críticas, especialmente pelo uso de leis restritivas que têm levado à prisão aqueles que criticam sua gestão, acusados de crimes de traição.
A onda de prisões que começou em maio, somada ao aumento do número de pessoas que optaram pelo exílio nos últimos meses, e relatos dos médicos sobre um aparente aumento de casos e mortes por Covid-19, intensificou as críticas a Ortega. Jornalistas críticas à ditadura sentem-se na mira do regime e muitos decidiram abandonar o país, solicitar medidas cautelares ou manter um perfil mais discreto.