Manifestantes iranianos em protesto contra aumento do preço da gasolina na capital Teerã, 16 de novembro de 2019| Foto: AFP

Forças de segurança do Irã podem ter matado mais de 100 manifestantes como parte da repressão brutal às manifestações que estão sendo realizadas desde sexta-feira (15), disse a Anistia Internacional em um relatório nesta terça-feira.

O governo reconheceu cinco mortes, incluindo quatro membros das forças de segurança, e atribuiu os protestos a inimigos e sabotadores estrangeiros. Se confirmado, o maior número de mortos sinalizaria uma escala muito maior de tumultos. A crise ocorre sob um blecaute quase total das informações, já que o governo desligou a internet em praticamente todo o país.

A Anistia Internacional, que tem sede em Londres, disse que pelo menos 106 manifestantes foram mortos em 21 cidades desde o início dos protestos na sexta-feira, afirmando que as informações foram verificadas com vídeos e testemunhas confiáveis. As forças de segurança usaram armas de fogo, canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os protestos, de acordo com o relatório, que também citou o uso de munição real.

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Uma restrição geral ao acesso à Internet desde domingo tem impedido os manifestantes de compartilhar imagens e informações nas mídias sociais. O grupo da sociedade civil NetBlocks, que monitora o acesso à Internet em todo o mundo, disse na terça-feira que algumas das últimas redes remanescentes do Irã estavam sendo cortadas. "A conectividade ao mundo exterior caiu para 4% dos níveis normais", disse o grupo.