Durante os quatro dias da guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia, as autoridades russas detiveram 5.250 pessoas por se manifestarem contra o conflito, segundo informou neste domingo a OVD-info, organização especializada em monitorar prisões e defender detidos.
A organização, rotulada na Rússia como "agente estrangeiro", vem atualizando os números de prisões de russos que se opõem à "operação militar especial" ordenada em 24 de fevereiro pelo presidente russo, Vladimir Putin.
A OVD-info denunciou neste domingo (27) que em São Petersburgo a polícia realizou prisões violentas, com pelo menos três feridos entre os manifestantes.
Um jovem teve o braço quebrado, uma menina perdeu a consciência após ser atingida na cabeça e um homem foi jogado por cima de uma cerca.
Segundo a organização, a polícia fotografou e tirou impressões digitais dos detidos e negou assistência médica a um idoso.
Uma situação semelhante ocorreu em Moscou, onde a polícia ameaçou os detidos com acusações de insubordinação se recusassem a coleta de impressões digitais.
A OVD-info também relatou abusos nas cidades de Kazan, Novosibirsk eNijni Novgorod.
Apesar disso, centenas de milhares de russos continuam saindo às ruas para protestar contra a guerra.
Neste domingo, um grupo de cerca de 500 jovens se manifestou pelo centro de Moscou gritando "Não à guerra", mas sem levar faixas ou bandeiras.