A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet| Foto: FABRICE COFFRINI/AFP

A ex-presidente do Chile e Alta Comissária das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse neste domingo (23) que sente "pena pelo Brasil", rebatendo declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro sobre o pai dela, Alberto Bachelet, morto pela ditadura de Augusto Pinochet, no Chile, em 1974.

"Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, bem, que a morte de meu pai por tortura permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil", disse Bachelet em entrevista à Televisão Nacional do Chile (TVN).

Bolsonaro respondia a uma crítica da Alta Comissária à democracia brasileira, em 4 de setembro, quando escreveu, no Facebook, que o Chile "só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época". O comentário não agradou no Chile. O presidente Sebástian Piñera, aliado do governo brasileiro na região, disse que "não compartilha, em absoluto, a alusão feita pelo presidente Bolsonaro".

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