O regime do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, está proibindo a realização de procissões pelas ruas do país. A informação foi publicada pelo jornal nicaraguense La Prensa e é creditada a fontes da Igreja Católica do país.
"Depois da missa da quarta-feira de cinzas, as autoridades (policiais) chegaram para informar que não havia permissão, por motivos de segurança, para fazer a via-sacra”, disse um membro de uma igreja na capital do país, Manágua, segundo o jornal.
Já o site de notícias argentino Infobae informou que um bispo nicaraguense relatou a proibição de procissões nas ruas.
Segundo o portal, o bispo da diocese de León e Chinandega, Sócrates René Sandigo, afirmou por meio de um áudio que a autoridade policial só autorizou a realização da Via Crucis internamente ou nos átrios das paróquias, mas não nas ruas. A decisão teria sido tomada "por questões de segurança".
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, vê a Igreja Católica como rival do regime. Ortega considera, por exemplo, que bispos e padres apoiaram manifestações que pediram sua saída em 2018. Os protestos foram reprimidos com extrema violência, resultando em mais de 300 mortes.
Na última semana, Ortega chegou a classificar a Igreja como "máfia" e a acusou de ser antidemocrática por não permitir que fiéis elejam por voto direto autoridades como o Papa, bispos e cardeais.