A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu neste sábado a renúncia do ministro de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas, em meio a novas tensões dentro da coalizão de governo do país.

"O presidente Fernández pediu a renúncia do ministro Matías Kulfas", confirmaram fontes oficiais à Agência Efe.

A decisão tomada pelo chefe de Estado ocorre após divulgação de declarações "em off" (sem identificar a fonte), supostamente difundidas pelo Ministério do Desenvolvimento Produtivo, que questionaram funcionários próximos à vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, em relação ao processo de licitação para o fornecimento de tubos para um novo gasoduto.

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Estas declarações foram fortemente criticadas pela vice-presidente, que disse no Twitter que é "muito injusto e, sobretudo, muito doloroso que este tipo de ataque seja feito por funcionários do governo da Frente de Todos".

"O pior de tudo: sem mostrar a cara, 'em off', mentindo e utilizando jornalistas. Com erros e sucessos, sempre falei e agi na frente. É embaraçoso", disse Cristina Kirchner, que presidiu a Argentina entre 2007 e 2015 e que desde o ano passado questiona certas políticas econômicas do governo, particularmente as do Ministério da Economia, liderado por Martín Guzmán, e do Ministério do Desenvolvimento Produtivo, chefiado por Matías Kulfas, dois funcionários próximos ao presidente Alberto Fernández.

Depois da mensagem da vice-presidente, o próprio Alberto Fernández disse no Twitter que confia "na integridade moral e na idoneidade daqueles que estão realizando o processo de licitação para o gasoduto Nestor Kirchner", um projeto considerado estratégico para o desenvolvimento da formação não convencional de hidrocarbonetos de Vaca Muerta.

"É eticamente repreensível falar 'em off' em detrimento de outros. Sempre me expressei publicamente. Não apoio tal comportamento e partilho o mal-estar expresso por Cristina Kirchner. O debate que temos de ter será feito de forma responsável", acrescentou o presidente, pouco antes de ser anunciada a notícia do pedido de renúncia de Kulfas.