O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu nesta sexta-feira (19) a renúncia do ministro da Saúde, Ginés González García, após a revelação de que o ministro desviou vacinas contra a Covid-19 para serem usadas em familiares e figuras políticas.
Segundo o jornal La Nación, García montou um posto de vacinação exclusivo no Ministério da Saúde e reservou pelo menos 3 mil doses da vacina Sputnik V que chegaram ao país e que não foram distribuídas entre as províncias. Entre os privilegiados que foram imunizados mesmo sem estar nos grupos prioritários estão políticos, amigos, empresários, servidores, secretários do governo e familiares do ex-ministro, incluindo um sobrinho de 44 anos. O jornalista Horacio Verbitsky, 79 anos, relatou em uma rádio local que foi vacinado no ministério após ter consultado García sobre como ter acesso à dose.
Em carta ao presidente Fernández divulgada na noite desta sexta-feira, o ex-ministro explicou que as pessoas vacinadas no ministério "pertencem aos grupos incluídos na população-alvo da atual campanha" e que o erro foi um "mal entendido" causado por uma "confusão involuntária" de sua secretaria particular na "convocação das pessoas vacinadas neste ministério", enquanto ele estava em viagem. Ele esclareceu ainda que assume a responsabilidade pelo erro.
Carla Vizzotti foi nomeada para substituir García como titular da Saúde na Argentina.