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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou neste sábado uma emergência internacional devido ao atual surto de varíola dos macacos, depois que cerca de 16 mil casos (cinco deles fatais) já foram registrados em 75 países, muitos deles na Europa, onde a doença não era endêmica. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, dois dias depois da reunião de uma comissão de emergência com especialistas nesta doença para analisar a possível declaração, que obrigará as redes nacionais de saúde a aumentar as suas medidas preventivas.
Esse comitê optou por não declarar a emergência em uma primeira reunião realizada em junho (quando havia 3 mil casos), e nesta ocasião, segundo Tedros, também não houve consenso total entre os especialistas, mas o diretor-geral decidiu declarar a emergência diante do elevado e crescente número de casos em várias regiões do planeta.
Entre os critérios usados pela OMS para declarar essa emergência, segundo destacou Tedros, está o fato de que “o vírus está se espalhando rapidamente em muitos países onde antes não havia casos”. O diretor-geral da OMS indicou ainda que o risco de contágio da varíola dos macacos foi elevado para um nível “alto” na Europa, que concentra 80% dos casos, mantendo o nível “moderado” no resto do mundo, incluindo a África, onde a doença é endêmica há décadas.
Tedros salientou que, apesar do alerta global, o surto “está concentrado sobretudo em homens que fazem sexo com outros homens e com múltiplos parceiros”, grupo para o qual solicitou assistência e informação sobre a doença. Nesse sentido, comentou que os esforços devem ser feitos com medidas que protejam a dignidade e os direitos humanos das comunidades afetadas, uma vez que “o estigma e a discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus”.
Esta é a sétima vez que a OMS declara emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a gripe A em 2009; o ebola, em 2014 e 2018; a poliomielite, em 2014; o zika vírus, em 2017; e a Covid-19, em 2020 – esta última emergência ainda está em vigor.