O Conselho Executivo da Organização Mundial do Turismo (OMT) decidiu nesta terça-feira (8) realizar uma assembleia geral extraordinária para estudar a possibilidade de suspender a Rússia do órgão devido à guerra contra a Ucrânia.
"A guerra nunca é a solução, nem agora, nem nunca! No entanto, é claro que nem todos concordam com esse ideal", disse o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili. "Por esta razão, a OMT deve falar alto e claro, e eu o faço como seu porta-voz: se você é membro da organização, você se compromete com nossas regras e deve abraçar nossos valores. Portanto, membros que vão contra nossos objetivos, eles terão que enfrentar as consequências".
A assembleia geral extraordinária, sem precedentes até agora, será convocada nos próximos dias e deve acontecer em Madri, na Espanha, onde está localizada a sede da entidade. Esta é a primeira vez na história da OMT que o conselho executivo se reúne para tratar de um pedido desta natureza, explicou a organização em comunicado. O artigo 3º de seus estatutos estabelece como princípios fundamentais da OMT "a promoção e o desenvolvimento do turismo com vista a contribuir para o desenvolvimento econômico, a compreensão internacional, a paz, a prosperidade e o respeito universal, e a observância dos direitos humanos".
Para que a suspensão da Rússia se concretize, será necessário o apoio de dois terços dos 160 países que formam a organização, após recomendação do conselho executivo, no qual estão representados 35 países, para a realização da assembleia geral extraordinária, com 72% dos votos a favor. De acordo com os Estatutos da OMT, sua assembleia geral é a única que tem autoridade soberana para decidir suspender qualquer Estado-membro, se considerar que persiste em uma política contrária aos objetivos fundamentais da organização, tal como estipulado no artigo 3 de seus estatutos.