A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou neste sábado (16) o uso “desnecessário e desproporcional da força” pela polícia e pelo Exército para reprimir os manifestantes na Bolívia. Segundo ela, a conduta das forças de segurança pode conduzir o país a uma situação “degenerativa”. O clima de instabilidade impera na Bolívia desde que o ex-presidente Evo Morales renunciou ao cargo, no domingo (10). Em comunicado, Bachelet classificou a situação no país como "extremamente perigosa".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou um representante à Bolívia para apoiar os esforços de negociação para uma solução pacífica para a crise social e política no país. Refugiado no México, Morales defendeu, em recente entrevista, que tanto a ONU como a Igreja Católica, se necessário o Papa Francisco, entrem nas conversas. Morales diz ter sido deposto do cargo por um golpe de Estado que o forçou a exilar-se no México. Reconhecida por alguns países, a presidente interina da Bolívia, a senadora Jeanine Anez, tenta organizar novas eleições.