O papa Francisco criticou nesta segunda-feira, no Vaticano, a chamada "cultura do cancelamento" que, conforme disse em seu tradicional discurso de início do ano ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, "invade muitas esferas e instituições públicas" e força as pessoas a "negar" ou "reescrever a história".
Francisco introduziu o tema da chamada "cultura do cancelamento" em seus discursos quando disse que muitas agendas "são cada vez mais ditadas por uma forma de pensar que nega os fundamentos naturais da humanidade e as raízes culturais que constituem a identidade de muitos povos".
O pontífice lamentou a propagação da "cultura do cancelamento, que invade muitas áreas e instituições públicas" e que, "em nome da proteção da diversidade, acaba apagando o significado de cada identidade, com o risco de silenciar posições que defendem uma ideia respeitosa e equilibrada das diferentes sensibilidades".
O papa advertiu contra o que via como o desenvolvimento de "uma única forma de pensar que é forçada a negar a história ou, pior ainda, a reescrevê-la com base em categorias contemporâneas, enquanto que toda situação histórica deve ser interpretada de acordo com a hermenêutica da época".
Francisco pediu que a diplomacia multilateral seja "verdadeiramente inclusiva", "não suprimindo, mas valorizando as diversidades e sensibilidades históricas que distinguem os diferentes povos".