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O papa emérito Bento XVI teria sido informado sobre padres que abusaram de crianças na Alemanha na época em que foi arcebispo de Munique e Freising, entre 1977 e 1982, mas não afastou os suspeitos, afirma um relatório investigativo divulgado nesta quinta-feira. A empresa que conduziu as investigações disse que Bento XVI negou veementemente a acusação.
A arquidiocese encomendou a investigação ao escritório jurídico Westphal Spilker Wastl, há cerca de dois anos, para apurar casos de abuso ocorridos entre 1945 e 2019 e para determinar se as autoridades da igreja atuaram de maneira adequada em relação às acusações. A investigação foi feita com base em documentos da Igreja e entrevistas com testemunhas.
"Ele foi informado sobre os fatos", disse o advogado Martin Pusch em entrevista coletiva para anunciar as conclusões da investigação. "Acreditamos que ele pode ser acusado de má conduta em quatro casos". Segundo o advogado, o então cardeal Joseph Ratzinger não agiu para afastar os clérigos suspeitos de abusos sexuais contra menores, que continuaram o seu trabalho sem sanções.
O Vaticano expressou nesta quinta-feira sua "vergonha" e "remorso" por casos de abuso de menores por parte do clero e disse que "dará a devida atenção" ao documento da Arquidiocese de Munique. O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, emitiu hoje uma nota na qual afirma que "o Vaticano considera que deve dar a devida atenção ao documento", mas disse que até o "momento não conhece o conteúdo".
Além disso, o Vaticano quis "reiterar o sentimento de vergonha e remorso pelos abusos de menores cometidos pelo clero. A Santa Sé assegura sua proximidade a todas as vítimas e confirma o caminho que percorreu para proteger as crianças, garantindo-lhes espaços seguros".