Ouça este conteúdo
O Parlamento Árabe cobrou dos Estados Unidos respeito à cultura e aos valores religiosos das sociedades árabes após as embaixadas americanas de vários países do Golfo Pérsico publicarem mensagens de apoio à comunidade LGBT nas redes sociais, em alusão ao mês de orgulho do movimento. "O Parlamento Árabe pediu às embaixadas dos EUA nos países árabes para respeitarem a cultura das sociedades árabes e não prejudicarem os seus valores religiosos e sociais", diz uma declaração do órgão legislativo da Liga Árabe, um fórum que reúne 22 países da região. O órgão, sediado no Cairo, classificou como "comportamento inaceitável” atos de algumas embaixadas da região que "hastearam as bandeiras da chamada categoria 'gay' e emitiram declarações de apoio às mesmas". Isso "contradiz as regras e normas em vigor nas relações diplomáticas, que se baseiam no respeito pelos valores religiosos e sociais dos países e não ofender ou infringir os mesmos", acrescentou o fórum.
A manifestação do Parlamento acontece depois de alguns países do Golfo Pérsico terem reagido à publicação de tweets de suas respectivas embaixadas americanas, que, tal como as das embaixadas de outras partes do mundo, repercutiram o início do mês do Orgulho LGBT em 1º de junho. Nas postagens, as representações americanas de países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Kuwait e Bahrein mostraram o seu apoio à comunidade LGBT, pediram o respeito aos seus direitos e reproduziram a bandeira do arco-íris que representa a comunidade.
Kuwait e Bahrein já tinham manifestado indignação contra estes gestos, embora a reação mais forte tenha vindo do primeiro, cujo Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de negócios americano para entregar uma nota de protesto. Após esta medida, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, retuitou a mensagem da embaixada no Kuwait na sua conta oficial na sexta-feira (3) e escreveu que o seu país "apoia a comunidade LGBTQI+ em todo o mundo". A resposta do Bahrein foi uma nota na sua agência de notícias oficial, "BNA", na qual enfatizou a rejeição expressa por "vários atores políticos, sociais e religiosos" que criticaram a mensagem da embaixada na rede social.