O presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou nesta terça-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU, que os diálogos que acontecem no México entre o regime e a oposição da Venezuela são positivos, mas que é preciso não haver ingenuidade sobre os resultados que podem ser alcançados.
"Os diálogos entre o governo interino da Venezuela, que encarna a resistência democrática, e a narcoditadura, embora nos deem alguma esperança, não nos permitem ser ingênuos, pois o único desfecho efetivo destes encontros é a convocação, o quanto antes, de uma eleição presidencial livre, transparente e com uma minuciosa observação internacional", disse o chefe de governo. O regime de Nicolás Maduro e um setor da oposição iniciaram em 13 de agosto, no México, rodadas de negociação, que têm Rússia e Holanda como acompanhantes, e a Noruega como mediadora. O próximo encontro marcado, o terceiro, acontecerá entre a próxima sexta-feira e segunda-feira.
Duque, que discursou hoje pela última vez como presidente da Colômbia em uma Assembleia Geral da ONU, já que o seu mandato termina em agosto do ano que vem, dedicou parte da fala à crise na Venezuela e defendeu a postura de que a única saída possível para a situação é a troca de governo no país. "O fim da ditadura é o único caminho viável para o bem-estar do povo venezuelano e deve ser o propósito da ação internacional", garantiu o chefe de governo colombiano.
O chefe de governo da Colômbia afirmou hoje na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos, sem citar o nome de Maduro, que enquanto este permaneça no poder, mais graves serão as consequências da crise na Venezuela, em especial, a migratória. Duque lembrou que, além da pandemia da Covid-19, teve que enfrentar "a maior crise migratória que o planeta enfrenta, com milhões de venezuelanos que fogem da narcoditadura e da infâmia".