O presidente do Chile, Sebastián Piñera, condenou nesta quarta-feira (4) os comentários feitos pelo presidente Jair Bolsonaro sobre o pai de Michele Bachelet, alta comissária dos Direitos Humanos da ONU e ex-presidente do Chile. Piñera, um dos principais aliados de Bolsonaro na região, disse que as diferentes visões sobre períodos históricos sempre "devem ser expressadas com respeito às pessoas".
"Em consequência, não compartilho, em absoluto, a alusão feita pelo presidente Bolsonaro a respeito de uma ex-presidente do Chile, especialmente em um tema tão doloroso, como a morte do seu pai", afirmou Piñera, que também reforçou o seu compromisso com a democracia, liberdade e respeito aos direitos humanos "a todo tempo, em todo lugar e sob qualquer circunstância".
Alberto Bachelet, pai da comissária, foi um brigadeiro-general chileno da Força Aérea do Chile que se opôs ao golpe de 1973 do general Augusto Pinochet. Ele foi preso e submetido a tortura por vários meses até sua morte, em 1974. Bolsonaro publicou em seu Facebook nesta quarta-feira que o Chile "só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época", em resposta a um comentário da ex-presidente chilena de que há redução do espaço democrático no Brasil sob o governo Bolsonaro.
