O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, prestou depoimento por cerca de sete horas ao Ministério Público na condição de testemunha, no domingo (11), sobre o escândalo envolvendo o acordo com o Brasil para renegociação da energia de Itaipu. Segundo os procuradores que compõem a força-tarefa criada para investigar o caso, Abdo disse desconhecer o advogado José "Joselo" Rodríguez, assessor jurídico do vice-presidente Hugo Velázquez, e entregou seu telefone celular aos investigadores. Detalhes sobre o depoimento não foram revelados.
Nesta segunda (12), os procuradores devem tomar o depoimento do vice-presidente, Velázquez. A expectativa é que ele seja inquirido sobre suas relações com Joselo. Em mensagens ao ex-presidente da Ande, o assessor jurídico defendia os interesses da Léros, empresa brasileira ligada ao empresário e político Alexandre Giordano (PSL), suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP) e que dizia falar em nome do governo brasileiro.
A partir desta segunda-feira (12), a oposição a Abdo pretende desencadear uma série de manifestações por todo o país com o objetivo de aumentar o desgaste do presidente e forçar o Congresso a votar um pedido de impeachment do mandatário.