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O primeiro-ministro do Peru, Héctor Valer, comunicou sua renúncia ao presidente Pedro Castillo, três dias após a renovação da equipe de governo. Valer deixa o cargo em meio a uma onda de alegações de que ele teria espancado sua filha e sua falecida esposa. Negadas pelo parlamentar, as acusações são baseadas em relatórios policiais divulgados por vários meios de comunicação locais.
"Aceito a derrota, metralhado por jornais do Peru que pertencem a um grupo ligado à extrema direita do Peru que construiu uma imagem de agressor e violento", disse Valer a jornalistas no último sábado (5). No dia anterior, Castillo havia anunciado a recomposição de seu terceiro gabinete pouco mais de seis meses após assumir o governo, mas não mencionou quando seriam divulgados os nomes dos novos ministros. A próxima composição será a quarta de seu mandato.
A saída de Valer foi resultado da pressão de partidos de oposição, grupos de direitos humanos, feministas, grupos indígenas e até do próprio partido no poder.
De acordo com uma decisão judicial divulgada pelo jornal "El Comercio", um tribunal peruano em 2017 emitiu medidas de proteção a favor da esposa de Valer, Ana María Montoya, depois de ela ter denunciado, junto à filha Catherine Valer, o marido por violência física.
Os acontecimentos teriam ocorrido em outubro de 2016, quando mãe e filha relataram que foram agredidas dentro de casa pelo atual chefe do gabinete ministerial.