A procuradoria-geral da Bolívia emitiu nesta segunda-feira (6) uma nova ordem de prisão contra o ex-presidente do país Evo Morales, acusando-o de terrorismo por supostamente ter coordenado um bloqueio de alimentos e cerco em cidades bolivianas durante os protestos violentos que ocorreram na Bolívia em novembro de 2019, após a sua renúncia - investigação que ficou conhecida como "Caso Áudio".
Os procuradores afirmam que Morales foi gravado em áudio conversando com um dirigente cocaleiro para orientar esses bloqueios. "Irmão, que não entre comida nas cidades, vamos bloquear, um cerco de verdade", teria dito o ex-presidente, que já não estava mais no país e encontrava-se exilado no México. A procuradoria diz que o áudio passou por auditoria que concluiu "alta probabilidade" de que a voz é de Morales. Quatro pessoas foram detidas por relação com o caso.
Morales, que desde dezembro está exilado na Argentina, defende-se dizendo que o áudio foi alterado e que a imputação por terrorismo é ilegal. Em um tuíte publicado nesta segunda-feira, ele afirmou que a ordem de prisão é "mais uma prova da perseguição política sistemática do governo de fato" da presidente interina Jeanine Añez.