O exército da Rússia transportou, de maneira forçada para territórios que controla, cerca de 40 mil moradores da cidade portuária de Mariupol. As denúncias foram feitas neste domingo (3) por autoridades da Ucrânia, segundo a agência de notícias Ukrinform. Cerca de 100 mil moradores seguem na cidade sitiada há semanas pelos russos, que padece uma catástrofe humanitária, com falta de alimentos, medicamentos e outros itens básicos.
A comissária de Direitos Humanos do parlamentou ucraniano, Liudmyla Denisova, foi responsável por divulgar os números da evacuação, embora admita haver dificuldade para fazer o cálculo, já que os militares russos estão retendo os documentos da população.
Denisova disse que o exército da Rússia levou a força, de Mariupol para Zaporizhzhia, 17 crianças que estavam em um hospital da cidade, separando-as dos pais. A comissária explicou que deportados da cidade, localizada na costa do mar de Azov, reapareceram posteriormente na Estônia. Embora alguns tenham relatado viajar voluntariamente para a Rússia, já que não poderiam ir para regiões do território ucraniano controlado por Kiev, outros grupos foram transferidos de forma forçada.
Com as deportações, a Rússia estaria violando o artigo 49 da Convenção de Genebra, que dispõe sobre a proteção dos civis em tempos de guerras."Apelo ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha para que se esforce em ajudar a trazer de volta os ucranianos transportados de forma ilegal para a Rússia e em abrir corredores humanitários seguros nas regiões em que há hostilidades", disse Denisova.