![Separatista fala em referendo; Ucrânia acusa Rússia de mirar modelo da Coreia Ucraniano visita, neste domingo, fábrica de sapatos em Dnipro, arrasada pelos russos](https://media.gazetadopovo.com.br/2022/03/27120336/79d267546fbb9c1cb9e8252e2ddd09ef59fe2c37miniw-900x540.jpg)
O líder da autoproclamada república separatista de Lugansk, Leonid Pasechnik, disse neste domingo (27) que, em um "futuro próximo", poderá ser realizado um referendo sobre a integração deste território à Rússia, informou a agência oficial russa TASS. Em resposta, o governo ucraniano alertou que "nenhum país do mundo" reconhecerá um referendo "ilegal" e acusou a Rússia de buscar a divisão da Ucrânia, seguindo o modelo coreano.
Para o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo
Budanov, transformar o país em uma Coreia seria o propósito de Moscou, depois
de ter fracassado em seu plano de conquistar todo o país. "Há
razões para pensar que Putin contempla um cenário ao estilo coreano,
consistindo em uma linha divisória entre as regiões ocupadas e desocupadas de
nosso país", destacou, em um post em sua conta no Facebook neste domingo.
Sobre o possível referendo, em que a população local poderia
opinar acerca do desejo de pertencer à Federação Russa, um porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que uma consulta do tipo enfrentaria
uma "resposta internacional" mais contundente do que as sanções
atuais, o que "aprofundaria" o isolamento russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk em 21 de fevereiro. Três dias depois, iniciou uma ofensiva militar para "desnazificar" e "desmilitarizar" a Ucrânia. O argumento é que o Exército ucraniano cometeria um "genocídio" da população pró-russa do Donbas, para a qual distribuíram-se mais de 700 mil passaportes russos nos últimos anos. Os esforços das tropas invasoras estão agora concentrados na criação de um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.