Ucraniano visita, neste domingo, fábrica de sapatos em Dnipro, arrasada pelos russos| Foto: EFE/EPA/NUNO VEIGA
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O líder da autoproclamada república separatista de Lugansk, Leonid Pasechnik, disse neste domingo (27) que, em um "futuro próximo", poderá ser realizado um referendo sobre a integração deste território à Rússia, informou a agência oficial russa TASS. Em resposta, o governo ucraniano alertou que "nenhum país do mundo" reconhecerá um referendo "ilegal" e acusou a Rússia de buscar a divisão da Ucrânia, seguindo o modelo coreano.

Para o chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, transformar o país em uma Coreia seria o propósito de Moscou, depois de ter fracassado em seu plano de conquistar todo o país. "Há razões para pensar que Putin contempla um cenário ao estilo coreano, consistindo em uma linha divisória entre as regiões ocupadas e desocupadas de nosso país", destacou, em um post em sua conta no Facebook neste domingo.

Sobre o possível referendo, em que a população local poderia opinar acerca do desejo de pertencer à Federação Russa, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que uma consulta do tipo enfrentaria uma "resposta internacional" mais contundente do que as sanções atuais, o que "aprofundaria" o isolamento russo.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk em 21 de fevereiro. Três dias depois, iniciou uma ofensiva militar para "desnazificar" e "desmilitarizar" a Ucrânia. O argumento é que o Exército ucraniano cometeria um "genocídio" da população pró-russa do Donbas, para a qual distribuíram-se mais de 700 mil passaportes russos nos últimos anos. Os esforços das tropas invasoras estão agora concentrados na criação de um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

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