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Comportamento de risco

Sexo entre homens transmite mais varíola de macaco que contato de pele, concluem estudos

Fila de vacinação contra varíola de macaco
Fila de vacinação contra varíola de macaco em Los Angeles, Califórnia, no dia 4 de agosto de 2022. (Foto: EFE / EPA / ETIENNE LAURENT)

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Apesar de um foco inicial na transmissão por fluidos corporais como saliva e contato de pele desde o início do surto em maio, está cada vez mais claro que o carro chefe da transmissão da varíola símia é o sexo entre homens.

A primeira sugestão mais rigorosa disso foi feita em julho por um artigo na revista médica NEJM, que descobriu que 98% dos infectados (em amostra de mais de 500 em 16 países) eram homens gays ou bissexuais. Porém, a revista não avaliou diretamente que o modo de transmissão era o sexo, embora os autores tenham manifestado suspeitas de que assim acontecia em 95% dos casos. Eles encontraram o ortopoxvírus da varíola de macaco no líquido seminal de um pequeno grupo de homens.

Este mês, outro artigo a respeito foi publicado na revista médica The Lancet. A amostra foi menor (181 pacientes espanhóis), mas os autores foram mais minuciosos nas entrevistas e na avaliação da carga viral por área do corpo. Chama a atenção que nenhum dos pacientes viajou para regiões endêmicas em que o vírus circula em animais silvestres. Nenhum dos pacientes tinha um histórico que não fosse compatível com atividade sexual de risco, e foram encontradas lesões específicas associadas ao sexo anal ou oral receptivo. A maioria tem erupções da pele causadas pelo vírus concentradas em áreas genitais, orais e anais.

Um terceiro artigo na revista médica BMJ, com quase 200 pacientes em Londres, confirma o padrão: a esmagadora maioria é de homens que fazem sexo com homens, e as lesões que transmitem o vírus foram mais concentradas na área genital e perianal.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, três quartos dos casos globais de varíola de macaco são de homens entre 18 e 44 anos. Essa faixa etária é típica para outras doenças sexualmente transmitidas entre homens gays e bissexuais. Além disso, quase um terço dos casos são co-ocorrências com infecções sexualmente transmitidas “clássicas”. As lesões anogenitais e orais, que são mais de 70% das lesões, pode refletir não uma preferência do vírus, mas os locais em que ele primeiro entrou em cada organismo. Políticas de saúde pública para conter o surto ainda não foram atualizadas de acordo com essas evidências.

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