O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira (21) que o país não pode obedecer ao ultimato da Rússia de entregar a cidade de Mariupol, pois, para isso, seria preciso aniquilar a população local. No domingo, a Rússia fez um apelo para que as forças ucranianas se rendessem e abandonassem Mariupol "desarmadas".
"Como se pode fazer isso? Teriam que nos eliminar todos, e, então, o ultimato seria obedecido automaticamente", garantiu o chefe de Estado, em uma entrevista à veículos europeus de imprensa, que teve trechos publicados pelo jornal ucraniano "Obschestvennoye". "Por exemplo, nos entreguem Kharkiv, nos entreguem Mariupol, nos deem Kiev. Nem os habitantes de Mariupol, nem as pessoas de Kiev podem fazer isso", completou.
Zelensky ainda disse que, inclusive em cidades já ocupadas pelos russos, como Melitopol ou Berdyansk, quando as tropas de Moscou "entram, as pessoas não se rendem". "Hasteiam a bandeira (russa), a população a retira. Mataram um homem, sim, as pessoas se esconderam, mas à noite, saíram e voltaram a retirar a bandeira. O que querem? Nos destruir todos? Poderemos obedecer ao ultimato quando já não estivermos aqui", disse o presidente.
A cidade portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, é um dos centros da atenção na guerra. Cerca de 400 mil pessoas estão sitiadas no município, que tem sido alvo por mais de duas semanas de intensos bombardeios, que interromperam o fornecimento de serviços essenciais, como eletricidade, calefação e água.