O número de torturas provocadas pelas forças de segurança da Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, deu um salto assustador entre 2018 e 2019, informou a ONG venezuelana humanitária Provea (Programa Venezolano de Educación Acción en Derechos Humanos), que divulgou a edição mais recente de seu Informe Anual, referente ao período de janeiro e dezembro do ano passado, na terça-feira (14).
Enquanto em 2018 foram registrados 109 casos de tortura nas prisões e delegacias da Venezuela, em 2019 o número foi de 574. Além disso, 23 pessoas morreram em decorrência da tortura policial nesses locais. “É uma situação muito dramática e alarmante. Deve-se levar em conta que as pessoas têm muito medo de denunciar essas ações ao Estado venezuelano, e não há informações oficiais a respeito”, afirmou à imprensa internacional o pesquisador Inti Rodríguez, do Provea. O relatório tem como base denúncias de familiares das vítimas e reportagens veiculadas na mídia.
Um dos casos mais emblemáticos é o do capitão Rafael Costa Arévalo, que morreu no fim de junho de 2019, enquanto estava sob custódia de agentes da Contrainteligência Militar após ser acusado de conspiração. Ele faleceu horas após ter sido visto em um tribunal em uma cadeira de rodas e com sinais de espancamento.