A uma semana das eleições locais e legislativas, o México vive uma das campanhas mais sangrentas dos últimos anos. Entre fevereiro e abril, 46 políticos foram assassinados, um número 44% maior em comparação com o mesmo período nas eleições de 2018 de acordo com a consultoria Integralia. Desde setembro, quando começou o ciclo eleitoral, 88 políticos foram mortos, a maioria baleados.
Mais de 60 candidatos a prefeito já se retiraram da disputa em todo o país. No dia 13, Abel Murrieta, candidato a prefeito de Ciudad Obregón no Estado de Sonora, distribuía santinhos em uma esquina movimentada quando dois homens se aproximaram e dispararam dez vezes no seu rosto, pescoço e peito. O advogado de 58 anos, ex-promotor estadual, morreu na hora. Na semana passada, Zudikey Rodríguez, corredora que disputou a Olimpíada de Pequim, candidata à prefeitura de Valle de Bravo, foi sequestrada por várias horas por uma gangue local. Os bandidos ameaçaram matá-la se ela não abandonasse a disputa. Desde então, ela não fez mais campanha.
Até agora, cerca de 150 candidatos receberam proteção da polícia após sofrer algum tipo de ameaça de morte desde que a campanha começou, no início de abril. De acordo com autoridades mexicanas a maioria das ameaças vem do crime organizado.