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Em discurso por videochamada ao Parlamento israelense neste domingo (20), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, citou o Holocausto para pedir um apoio mais firme de Israel à Ucrânia. "Ouçam o que o Kremlin diz, são as mesmas palavras, a mesma terminologia que os nazistas usaram contra vocês. É uma tragédia", comentou Zelensky, que é de origem judaica, a 112 dos 120 parlamentares.
Ele apelou aos legisladores israelenses para que exijam do governo assistência militar à Ucrânia (incluindo munições e o eficaz sistema antimíssil Domo de Ferro), além da imposição de sanções contra a Rússia, o que Israel ainda não fez para não arriscar a delicada aliança geoestratégica que mantém com o Kremlin na Síria. O presidente também pediu a liberação de vistos aos refugiados ucranianos, uma vez que só os de origem judaica estão autorizados a permanecer em Israel.
"Tenho a certeza de que compartilham e sentem a nossa dor ", disse Zelensky no 25º dia de guerra no seu país, que tem o cerco a Mariupol como o episódio mais sangrento. Ele insistiu que a invasão russa não é apenas mais uma operação militar, mas a pior guerra desde a 2ª Guerra Mundial, uma vez que "o Exército russo está destruindo maliciosamente a Ucrânia enquanto o mundo inteiro está assistindo".
No discurso, o mandatário ucraniano reconheceu os esforços de mediação do primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, único líder mundial a se encontrar com Putin em Moscou desde o início da guerra.