Três anos e meio depois do referendo em que os britânicos decidiram pela saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit finalmente aconteceu.
A separação oficial aconteceu às 23 horas (horário local, 20 horas em Brasília), quando é meia-noite na maior parte do restante do continente. Cerca de 5 mil pessoas estavam reunidas em frente ao Parlamento britânico para celebrar o divórcio entre Reino Unido e UE. O governo preparou uma série de eventos para marcar a data.
Na sede do governo, no coração da capital britânica, um relógio com contagem regressiva para as 23 horas foi projetado nos famosos tijolos pretos da residência do primeiro-ministro. Edifícios ao redor de Whitehall - onde estão os demais órgãos burocráticos - também estavam iluminados à noite.
"Esplêndido sucesso"
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou em discurso que a saída do Reino Unido da Europa pode ser um "esplêndido sucesso". O vídeo foi publicado no Twitter oficial do premiê na noite desta sexta-feira, uma hora antes da oficialização do Brexit.
No vídeo, Johnson afirma entender os diferentes sentimentos que os ingleses experimentam neste momento - destacando que há aqueles que encaram o Brexit como um 'momento de esperança' e outros que experienciam 'ansiedade e 'perda'.
"Eu entendo todos esses sentimentos e nosso trabalho, enquanto governo - o meu trabalho - é unir este país agora e nos levar à frente", disse. E acrescentou: "a coisa mais importante para dizer hoje à noite é que este não é um final, mas um começo. Este é o momento em que amanhece e a cortina sobe em um novo ato no nosso grande drama nacional".
Bom para o Brasil
Mesmo com o divórcio, pouca coisa deve mudar até o final de 2020. A relação entre Reino Unido e UE entra a partir de agora em um período de transição que deve durar até 31 de dezembro. O Brexit é positivo para o Brasil, na avaliação do economista Celso Grisi, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Sustentare Escola de Negócios.
"O Brasil só tem a ganhar com isso tudo", disse Grisi à Gazeta do Povo. "O Reino Unido é a quinta economia do mundo e importa fortemente. Eles vão ter que substituir os seus exportadores, porque as tarifas e regulamentações de todo tipo que a UE levantará são barreiras que crescerão nesse período para o Reino Unido", explica.
O economista ressalta que o Reino Unido já está negociando com o Brasil, por meio de sua representação diplomática, e manifesta "uma necessidade muito grande de importar através do Brasil". Para Grisi, os produtos brasileiros que podem se beneficiar são carne de frango, carne bovina, frutas e outros alimentos.
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