Empresas podem enfrentar burocracias no comércio exterior, consumidores podem ter que pagar taxas mais altas em seus cartões de crédito, pacientes podem ter seus tratamentos de saúde atrasados e pode faltar até esperma se o Reino Unido deixar a União Europeia (UE) sem um acordo, disse o governo britânico em documentos divulgados nesta quinta-feira (23). No entanto, o governo da primeira-ministra Theresa May prometeu limitar a instabilidade que viria com um "brexit" (o processo de saída do Reino Unido da UE) desordenado.
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Mesmo se o país sair da UE sem um acordo comercial no ano que vem, há planos para aceitar unilateralmente algumas regras do bloco e permitir que empresas de serviços financeiros europeias continuem a atuar no Reino Unido, segundo documentos divulgados pelo governo. O prazo para que o país deixe a UE é 29 de março de 2019, mas as negociações têm sido atrasadas por brigas internas no governo de May.
Busca por acordo
O Reino Unido insiste que haverá acordo, mas o governo diz estar se preparando para qualquer situação -nos documentos divulgados nesta quinta, o governo diz que empresas não devem se preocupar e que impactos à economia serão minimizados.
Os documentos divulgados nesta quinta são os 25 primeiros de mais de 70 que devem detalhar os planos para cada setor da economia em caso de não haver acordo -os "papers" publicados nesta quinta-feira cobrem setores como serviços financeiros, saúde e energia nuclear. O restante dos documentos deve ser divulgado até o final de setembro.
O "brexit" pode afetar até mesmo a oferta de sêmen para tratamentos de fertilidade, segundo os documentos do governo britânico. Quase metade do sêmen de doadores disponível no Reino Unido vem hoje da Dinamarca, país membro da UE. Sem acordo, o Reino Unido fica de fora de acordo sobre órgãos, tecidos e células; as clínicas de fertilidade terão que fazer novos contratos com seus fornecedores.
Sistema financeiro
O governo diz que vai deixar empresas de serviços financeiros da UE operarem no Reino Unido por três anos se não houver acordo, mas que não pode garantir que o bloco permitirá a operação. Isso pode fazer com que aposentados britânicos que vivem em outros países tenham dificuldade em receber suas pensões.
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Compras online por britânicos podem ficar mais caras, já que empresas da UE devem cobrar mais para processar pagamentos com cartão. Produtos importados vindos da UE terão que ter declaração de importação, passar por checagem na alfândega e pagar imposto. Já a questão da fronteira entre as Irlandas, uma das mais complicadas, continua em aberto.
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