Com o voto a favor do Brexit, as próximas horas, dias e semanas serão cruciais para o futuro, não apenas do Reino Unido, como também de toda a Europa. A saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE) terá reflexos em todo o mundo, mais fortes na própria Europa neste momento.
Os presidentes das instituições europeias pediram nesta sexta-feira (24) em um comunicado conjunto ao governo britânico que torne efetiva a decisão dos britânicos “o mais rápido possível” e que inicie o processo de saída da UE.
“Agora esperamos que o governo do Reino Unido torne efetiva a decisão do povo britânico o mais rápido possível, por mais doloroso que o possa ser este processo”, afirma o comunicado, divulgado pouco depois do anúncio do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que deixará a negociação para o sucessor.
O comunicado foi assinado pelos presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, assim como pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que ocupa a presidência semestral da UE.
Os quatro se reuniram nesta sexta-feira na sede da Comissão em Bruxelas. “Estamos preparados para iniciar as negociações rapidamente com o Reino Unido”, completa a nota. Os tratados europeus estipulam que o processo de saída pode começar quando o Estado membro que deseja a separação solicita aos demais países do bloco.
David Cameron anunciou que deixará o cargo em outubro, ao afirmar que o país precisa de um novo líder para comandar as negociações de saída. “Eu não penso que seria correto tentar ser o capitão que orienta nosso país até até seu próximo destino”, disse Cameron diante da residência oficial de Downing Street.
Ele completou que o “novo primeiro-ministro deveria estar no cargo antes do início do congresso do Partido Conservador”, em outubro. Mas os dirigentes europeus consideram o prazo muito longo. “Qualquer demora prolongaria uma incerteza desnecessária. Temos regras para lidar com estas situações de maneira ordenada”, afirmam no comunicado. “No que diz respeito ao Reino Unido, esperamos tê-lo como um sócio próximo da União Europeia no futuro”, concluem.
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Salvar os mercados
O Banco Central Europeu (BCE), preocupado com a estabilidade econômica global, fará declarações para tranquilizar os mercados.
Mobilização de dirigentes
Os presidentes da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu se reunirão com o primeiro-ministro holandês, cujo país ocupa a presidência semestral da UE, para preparar uma declaração à imprensa. Em Luxemburgo, os 28 ministros de Assuntos Europeus têm agendado um encontro para preparar a cúpula da próxima semana em Bruxelas, que estará dominada pelo referendo britânico.
Todos na Alemanha
Os ministros das Relações Exteriores dos seis países fundadores da UE (França, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica e Itália) devem se reunir no sábado na Alemanha, segundo fontes europeias. No momento, não há confirmação oficial. Várias fontes indicaram que está sendo preparada uma iniciativa franco-alemã.
Bruxelas entra em ação
Na segunda-feira, os 28 comissários europeus se reunião de maneira extraordinária em Bruxelas para achar um caminho para a a saída do Reino Unido. Os eurodeputados do grupo dos Verdes pediram que se celebre na segunda uma sessão extraordinária da Eurocâmara. Os funcionários das instituições europeias adiaram suas férias de verão para iniciar o trabalho legal necessário para a saída do Reino Unido. O processo deverá levar ao menos dois anos.
A cúpula do Brexit
Os 28 chefes de Estado e de Governo da UE se reunirão em 28 e 29 de junho, em Bruxelas, para digerir e debater os resultados do referendo.
Encontro em Bratislava
Em 1º de julho, a Holanda entregará a presidência semestral da UE à inexperiente Eslováquia, que deverá lançar as negociações de Brexit.