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Crise orçamentária

Briga política deixa EUA em alerta total por falta de verbas

Presidente Obama advertiu que uma paralisação do governo, pela não aprovação do orçamento, pode comprometer a recuperação econômica do país | Jonathan Ernst/Reuters
Presidente Obama advertiu que uma paralisação do governo, pela não aprovação do orçamento, pode comprometer a recuperação econômica do país (Foto: Jonathan Ernst/Reuters)

Washington - As negociações entre a Casa Branca e os líderes no Congresso dos Estados Unidos para manter o governo americano funcionando não haviam sido concluídas ontem, a duas horas do fim do prazo final para um acordo sobre o Orçamento.

Até o fechamento desta edição, às 23 h (horário de Brasília), os líderes no Congresso estavam revendo o texto final de um acordo que evitaria o desligamento do governo federal. O documento previa mais cortes de despesas, como queriam os republicanos, mas também fazia concessão so­­bre direito ao aborto, defendido pelos democratas.

Se aceito, o montante de cortes de gastos para 2011 seria su­­perior a US$ 37 bilhões, valor que os democratas tinham acordado na noite de quinta-feira, mas fica aquém dos US$ 40 bi­­lhões pedidos pelo presidente da Câmara, o republicano John A. Boehner. Os detalhes desse acordo ainda não estavam esclarecidos.

Impasse

No começo da manhã de ontem, o deputado John Boehner (Re­­publicano por Ohio), líder da Câmara, disse que não havia acordo sobre o montante que precisa ser cortado. Segundo ele, o montante era justamente o elemento crucial que permanecia em disputa com os democratas. "Ainda estamos conversando", disse. "A luta para valer é sobre os gastos."

Mais cedo, um assessor republicano disse que não existia consenso sobre o tamanho dos cortes, o que foi confirmado por Boehner depois. Segundo ele, as diferenças sobre os itens políticos na medida de gastos ou restrições sobre o uso de dinheiro para programas específicos tinham diminuído. No entanto, o assessor não forneceu mais detalhes.

No fim da tarde, Reid e Boeh­­ner afirmaram, numa declaração conjunta, que suas diferenças tinham sido "reduzidas", mas que nenhum acordo fora alcançado. "Vamos continuar a trabalhar durante a noite para tentar resolver nossas diferenças restantes", dizia o comunicado.

Disputa

Se o Congresso não chegou a um acordo sobre a proposta orçamentária até o fim da sexta-feira, o setor público norte-americano ficará paralisado por falta de recursos pela primeira vez em 15 anos.

O que está em jogo, declarou o presidente Barack Obama, é a incipiente recuperação econômica do país. Segundo ele, centenas de milhares de funcionários públicos ficarão sem trabalho, temporariamente, e algumas pessoas deixariam de receber seus salários. Ficarão fechados 394 parques nacionais, além de museus e monumentos. A Se­­cu­­rities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários americana, disse que irá operar de maneira muito re­­duzida.

Embora Obama não tenha enumerado as diferenças entre os membros do Congresso a respeito da proposta, os democratas disseram ao longo do dia que o ponto de discórdia girava em torno de uma série de disposições introduzidas pelos republicanos, incluindo uma medida para evitar que os recursos públicos se­­jam utilizados para fazer abortos. Os republicanos diziam que as medidas estavam em linha com as disposições apoiadas pelos democratas anteriormente.

Responsabilidades

Os republicanos disseram ainda que a culpa pela paralisação do setor público iria recair sobre os ombros do Partido Democrata. O senador republicano Mitch McConnell, de Kentucky, disse que o projeto de lei para providenciar financiamento temporário ao governo dos EUA, aprovado anteontem pela Câmara dos Representantes, era pouco controverso, visto que tinha re­­cebido o apoio de senadores de­­mocratas anteriormente.

A paralisação, disse o governo, afetaria cerca de 800 mil funcionários federais e tem o potencial para interromper a recuperação econômica. As restituições fiscais devem ser interrompidas, o pagamento a soldados suspenso temporariamente e alguns empréstimos à habitação não devem ser processados. Tudo isso ocorre enquanto a economia está se recuperando de uma profunda recessão.

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