Ao menos um britânico e um francês podem estar entre os jihadistas mostrados no último vídeo do Estado Islâmico (EI) que mostra a execução do refém americano Peter Kassig. O britânico de 20 anos foi identificado pelo pai em entrevista ao jornal Daily Mail.
"Não tenho certeza, mas parece ser meu filho", declarou Ahmed Muthana, 57 anos. Seu filho é Nasser Muthana, um estudante de medicina originário de Cardiff, no País de Gales. O jornal britânico publicou partes do vídeo mostrando seu rosto.
O vídeo de 15 minutos divulgado no domingo (16) mostra a decapitação de ao menos 14 homens identificados como pilotos do Exército sírio, além do voluntário Kassig. "Ele deve agora viver com medo de Deus por ter matado", afirmou o pai. Indagado pelo jornal se estaria disposto a perdoar o filho pelo que fez, ele foi taxativo: "Não. Ou ele está louco ou há algo de errado".
O Daily Mail também cita Charlie Winter, um especialista do centro de pesquisas Quilliam, que confirma que o rapaz do vídeo se parece com Nasser Muthana. Muthana teria ido para a Síria, onde se encontrou com seu irmão mais novo, Aseel, de 17 anos, segundo a BBC. "Estou pronto para morrer", teria dito Aseel em uma entrevista online com a rádio inglesa. Ele acrescentou que não se importava com o que a família e os amigos pensavam dele.
Outro britânico que se uniu aos jihadistas, chamado de "Jihadi John", ficou conhecido por aparecer mascarado nos vídeos de decapitação de outros quatro ocidentais - dois jornalistas americanos e dois voluntários britânicos. A inteligência britânica estima que mais de 500 cidadãos do país estejam envolvidos com extremistas na Síria e, potencialmente, no Iraque.
Francês
Também nesta segunda-feira, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, declarou que há uma forte probabilidade de que um cidadão francês tenha participado diretamente na decapitação dos prisioneiros sírios. "Pode tratar-se de Maxime Hauchard, nascido em 1992, na Normandia, e que partiu para a Síria em agosto de 2013, depois de uma estada na Mauritânia, em 2012", indicou o ministro, baseando-se numa análise do vídeo.
Segundo o canal BFM TV, Maxime primeiro foi para a Mauritânia para trabalhar em uma escola, e que de lá tentou entrar no Mali, onde estava sendo realizada a operação francesa para combater os jihadistas que ocuparam uma parte do país. Mas devido às dificuldades para entrar no país, desistiu. De volta à França, e diante do crescimento do EI, o jovem viajou para a Síria passando pela Turquia e participou, entre outras missões, da conquista de Mossul, no Iraque.
Maxime pode ser julgado por assassino e terrorismo caso volte para o seu país de origem. Ele foi identificado com base em fotos que posta nas redes sociais nas quais aparece armado. Milhares de ocidentais se uniram aos combatentes do EI na Síria e no Iraque. As autoridades francesas acreditam que cerca de mil cidadãos foram à Síria para fazer parte de organizações islamitas radicais.