UE vai exigir libertação imediata de militares
Berlim A União Européia (UE) vai exigir a soltura imediata de 15 militares britânicos da Marinha detidos pelo Irã no Golfo, disse a Alemanha, que preside atualmente a presidência rotativa da UE.
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, disse a repórteres que Berlim havia obtido confirmação oficial de que os militares estavam presos por uma suposta violação de fronteira. "Exigimos a libertação imediata dos soldados britânicos", disse o ministro aos jornalistas, à margem da cúpula que marca o 50.º aniversário da UE na capital alemã.
A exigência será formalizada em uma declaração comum da União Européia, informou o ministro.
Teerã Em meio a duras negociações com Reino Unido e da União Européia, o Irã insistiu ontem que os 15 marinheiros britânicos capturados na sexta-feira no golfo Pérsico entraram ilegalmente em águas iranianas. Os detidos foram levados para a capital do país, Teerã, onde teriam supostamente confessado a "violação" das águas iranianas, no que o Irã classificou de "agressão clara".
Os comentários do Irã foram feitos após o Reino Unido ter exigido o retorno imediato dos marinheiros e negou que eles tenham entrado em águas iranianas enquanto vistoriavam a costa do Iraque.
Os oito marinheiros da Marinha Real e os sete fuzileiros navais detidos haviam acabado de checar um navio mercante quando foram interceptados por navios iranianos na sexta-feira, por volta das 10h30 locais (4h30 de Brasília), segundo oficiais americanos e britânicos.
Os iranianos teriam cercado os britânicos e os escoltado até o Irã sob a mira de armas. A agência de notícias iraniana Fars afirmou que os 15 britânicos foram transferidos para Teerã para "explicarem sua ação agressiva". A agência disse ainda que entre os detidos há mulheres.
No Reino Unido, oficiais confirmaram que ao menos uma mulher está entre os capturados.
Confissão
Segundo o general Alireza Afshar, um alto oficial iraniano, citado pela agência semi-oficial Fars, os britânicos "confessaram". Os militares detidos "estão sendo interrogados e confessaram ter violado as águas territoriais da República Islâmica", disse Afshar, encarregado das relações públicas do Estado Maior do exército iraniano.
"Temos provas que demonstram que foram detidos em águas nossas. Eles mesmos o confessaram e admitiram ter cometido um erro", declarou, paralelamente, à emissora de televisão iraniana Al Alam.
O Reino Unido convocou o embaixador do Irã em Londres para um encontro ontem. Eles deverão discutir a detenção dos marinheiros.
David Triesman, oficial da chancelaria britânica, deverá "reiterar a exigência para a imediata libertação do grupo", segundo uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. Será o segundo encontro dos diplomatas desde a detenção dos marinheiros.
A detenção dos soldados britânicos ocorre em um momento de grande tensão entre o Irã e a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos e o Reino Unido.
A captura foi similar à ocorrida em 2004, quando oito marinheiros britânicos passaram três noites nas mãos da Guarda Revolucionária Iraniana antes de serem libertados.
Na ocasião, o Irã também acusou os britânicos de cruzarem a fronteira das águas iranianas, acusação que foi rejeitada pelo Reino Unido.
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