Médicos na Escócia que trabalham para a empresa britânica de biotecnologia ReNeuron realizaram um teste clínico pioneiro num paciente para avaliar a possibilidade de a terapia com células-tronco ajudar pessoas incapacitadas por derrames.

CARREGANDO :)

O teste é o primeiro no mundo a empregar a terapia de células-tronco neurais em pacientes vítimas de um acidente vascular cerebral (AVC), disseram seus organizadores nesta terça-feira. Especialistas no assunto manifestaram "otimismo cauteloso".

Keith Muir, do Instituto de Neurociência e Psicologia, da Universidade de Glasgow, disse que o primeiro paciente passou por um procedimento cirúrgico bem sucedido e recebeu alta do hospital.

Publicidade

O procedimento envolve a injeção de células-tronco neurais da ReNeuron no cérebro de pacientes, na esperança de que elas reparem as áreas do cérebro lesionadas pelo AVC, com isso melhorando as funções mentais e físicas dos pacientes.

Diferentemente dos testes clínicos feitos pela empresa americana Geron com pacientes com lesões na medula espinhal, que começaram em outubro, o estudo escocês emprega células-tronco obtidas de fetos humanos, e não de embriões.

As células-tronco fetais não possuem a mesma flexibilidade que as embrionárias para se converterem em tipos diferentes de tecido.

As ações da ReNeuron, que teve seu teste aprovado pelos organismos regulatórios em janeiro e esperava inicialmente iniciá-lo no segundo trimestre deste ano, tiveram alta de 18,4 pela manhã.

Cientistas que comentaram a notícia do teste disseram que é importante evitar suscitar expectativas de curas milagrosas para milhares de pacientes num futuro próximo.

Publicidade

"O teste atual exigirá provas extensas para avaliar eficácia e segurança", disse Darren Griffin, professor de genética na universidade britânica de Kent, que não participa do estudo. "Mesmo assim, há razões para otimismo cauteloso."

Ao todo 12 pacientes vão receber a terapia celular ReN001 da ReNeuron entre seis e 24 meses depois de sofrerem um AVC isquêmico - provocado por um bloqueio do fluxo sanguíneo no cérebro -, e seu progresso será acompanhado por dois anos no teste clínico.