Gordon Brown, apontado como favorito para ser o próximo primeiro-ministro britânico, ávido para tirar dividendos eleitorais da iniciativa ecológica, anunciou no domingo planos para a construção de cinco "eco-cidades", ambientalmente corretas e baratas.
As pesquisas mostram que Brown, virtual sucessor do premiê Tony Blair, que renuncia em junho após dez anos no poder, terá dificuldades para conter o avanço eleitoral do Partido Conservador, rejuvenescido sob a liderança de David Cameron.
As próximas eleições estão previstas só para 2009, mas os principais partidos já disputam espaço para suas políticas ambientais.
Durante os dez anos de Brown como ministro das Finanças, a Grã-Bretanha teve um consistente crescimento econômico, mas seus críticos dizem que um "boom" habitacional tornou milhões de pessoas milionárias no papel, enquanto outras têm dificuldades para conseguir uma casa.
"Jovens casais consideram difícil comprar sua primeira casa", disse Brown à TV BBC. "Há um problema habitacional e temos de lidar com ele", reconheceu.
Apresentando suas credenciais ambientais, ele disse: "Podemos combinar o crescimento de novas casas com casas de baixa [emissão de] carbono ou sem carbono".
"Quero que construamos 200 mil casas no total o mais rapidamente possível. As eco-cidades darão sua contribuição para tal."
Essas cidades seriam alimentadas por energia gerada localmente, a partir de fontes renováveis.
"Uma democracia que tenha casas, que tenha bens, que tenha riqueza é o que estaria nos interesses do nosso país, porque todos têm uma participação no país", disse Brown.
Os conservadores acusaram Brown de reciclar as velhas iniciativas políticas, mas ele insistiu: "Isso é totalmente novo".
As últimas pesquisas mostram que o Partido Trabalhista (governo) atingiu seu melhor nível em oito meses, mas há um dado incômodo para Brown.
A pesquisa do Sunday Times coloca o Trabalhismo com 34 por cento das intenções de voto, quatro pontos atrás dos conservadores. Mas, com Brown primeiro-ministro, a diferença sobe para dez pontos - 42 a 32 por cento.
Os eleitores disseram que o melhor que Brown teria a fazer por sua popularidade seria conter a imigração e retirar as tropas britânicas do Iraque.
A popularidade de Blair desabou depois que ele enviou forças britânicas ao Iraque, em 2003, e de uma rebelião trabalhista, em setembro, que o obrigou a anunciar que renunciaria em um ano, abrindo caminho para que Brown o sucedesse.
No sábado, Brown disse que pretende visitar o Iraque em breve, mas se recusou a estabelecer um cronograma para a retirada dos soldados do sul do país.
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