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Argentina

Buenos Aires vive caos por greve que afeta transporte aéreo, trens, metrô e táxis

O Aeroparque, terminal aeroportuário em Buenos Aires, deserto nesta quarta-feira (30): governo Milei fez campanha dizendo aos argentinos que “os sindicalistas não deixarão você trabalhar” (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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A cidade de Buenos Aires amanheceu nesta quarta-feira (30) com longas filas nos pontos de ônibus, o único meio de transporte em funcionamento na capital argentina devido a uma greve de 24 horas que afeta aviões, trens, o metrô da capital (Subte) e táxis.

Aqueles que conseguiram se organizar com parentes ou conhecidos chegaram aos seus locais de trabalho, mas os que dependem exclusivamente do transporte público ferroviário e moram na periferia encontraram dificuldades para chegar ao destino. Por esse motivo, muitos trabalhadores não puderam ir trabalhar, segundo confessaram à Agência EFE vários dos afetados.

“As pessoas que moram longe e não têm carro estão ficando em casa, não estão indo para o trabalho. Sem trens, não há acesso à capital”, disse um cidadão.

Na cidade de Buenos Aires, apenas os ônibus urbanos operam, razão pela qual as filas desde o início da manhã têm sido a característica dominante desse dia de greve, à qual os motoristas de ônibus se juntarão amanhã se não chegarem a um acordo com as autoridades antes.

Os grevistas exigem aumento de salários, melhores condições de trabalho e, acima de tudo, protestam contra a política de déficit zero do governo do presidente Javier Milei.

O codiretor da Central Geral de Trabalhadores (CGT) e secretário geral do Sindicato dos Caminhoneiros, Pablo Moyano, disse na terça-feira que essa greve “será o início de algo muito mais importante”, em declarações à estação de rádio AM750.

Os sindicatos ferroviários, que representam os trabalhadores de trens e metrôs, estão em greve, portanto não há serviços de passageiros, frete ou carga.

No setor aéreo, a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas Argentinas (APLA) e a Associação Argentina de Comissários de Bordo (AAA), que representa a tripulação de cabine, aderiram à greve. Essa ação afetou cerca de 30 mil passageiros.

Como resultado, o Aeroparque, o aeroporto da capital argentina, está deserto devido à ausência quase total de atividade. Muitos voos foram desviados para o Aeroporto Internacional de Ezeiza - especialmente os das companhias aéreas de baixo custo Flybondi e JetSmart -, onde as empresas privadas têm serviços de rampa e podem desembarcar os passageiros, informou o canal TN.

A companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas informou seus clientes para ficarem atentos às mudanças nos horários dos voos e ofereceu a remarcação de suas viagens sem multa.

Além disso, o Sindicato dos Caminhoneiros aderiu à greve, de modo que o transporte de carga foi paralisado. O transporte marítimo aderiu à greve, afetando tanto os passageiros quanto a carga. Também os motoristas de táxi da capital, embora, nesse último caso, alguns veículos desse sindicato possam ser vistos circulando pelas ruas de Buenos Aires.

A resposta do governo de Milei

“Os sindicalistas não deixarão você trabalhar” é a mensagem do governo de Javier Milei que apareceu nesta quarta-feira na estação Retiro, onde convergem trens, metrôs e ônibus, um dos núcleos do transporte em Buenos Aires.

Essa mensagem, mas ampliada com ataques aos sindicatos, foi publicada na terça-feira no aplicativo Mi Argentina, destinado a facilitar os procedimentos administrativos para os cidadãos e que o governo tem usado para protestar contra a greve.

Também na terça-feira, o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, disse em sua habitual entrevista coletiva que aqueles que entram em greve são “pessoas privilegiadas que procuram prejudicar aqueles que querem trabalhar”.

Conteúdo editado por: Fábio Galão

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