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ARGENTINA

Buenos Aires estreia sistema de votação desconhecido por 25% dos eleitores

As próximas eleições de Buenos Aires, nas quais será eleito o novo prefeito da cidade, introduzirão uma novidade no sistema eleitoral local: uma cédula de voto eletrônico cuja implementação ainda é desconhecida para 25% dos eleitores.

Segundo um estudo da Universidade de Buenos Aires publicado neste domingo pelo jornal “Tiempo Argentino”, um a cada quatro cidadãos não conhece o sistema eletrônico que será usado no próximo domingo, estatística que aumenta no sul e no oeste da cidade.

O governo portenho instalou, nas primárias do dia 26 de abril, máquinas eletrônicas como teste antes das gerais do próximo domingo, nas quais todos os eleitores deverão utilizar a nova modalidade.

A prefeitura nomeou o sistema como “Bilhete Único Eletrônico (BUE)” e, recentemente, lançou um simulador para continuar com a divulgação do novo mecanismo.

O BUE consiste em uma cédula em branco que será inserida na abertura de uma máquina, onde será impresso o voto do eleitor, que poderá optar entre votar na lista completa de candidatos de um partido ou mudar segundo as diferentes categorias de candidatos.

O novo sistema estreará em meio a uma polêmica em relação à segurança digital e às garantias para a preservação do voto dos eleitores.

Em janeiro, o partido opositor União Cívica Radical foi à Justiça Eleitoral portenha para impedir a instalação do sistema eletrônico, mas a inovação acabou sendo aprovada.

“Até o momento não foram identificados problemas graves nem indícios de que as observações possam causar inconvenientes insolúveis no dia da eleição. Os principais auditores do pleito continuam sendo tanto os fiscais dos partidos políticos, como os próprios eleitores”, argumentou o tribunal.

A Fundação Via Livre, por outro lado, afirma que nenhum sistema de voto eletrônico, nem sequer o de Buenos Aires, garante “a integridade e o sigilo do voto nem a capacidade de auditoria cidadã”.

Segundo Beatriz Busaniche, da Via Livre, “está comprovado que a maioria dos eleitores”, quando vota com uma tela, não comprova que o que é impresso é o mesmo candidato escolhido.

“Isso permite que, se houver má intenção de alguém que possa manipular a máquina de votação, uma determinada quantidade de votos passe do candidato A para o candidato B. Essa engenharia social é indetecttável na apuração definitiva”, sustenta Busaniche.

A brecha tecnológica, no entanto, não aparece como o mais alarmante nem o “grande problema” do sistema, porque uma pessoa que não domina a tecnologia “vai a ter desconfiança e vai olhar seu voto”.

Para Busaniche, o principal problema será com “as pessoas que acham que sabem de tecnologia”, porque provavelmente esses eleitores “não revisarão detalhadamente” que for impresso.

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