Buenos Aires será sede da conferência regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no dia 26 de março de 2012. Segundo o diretor-geral eleito da FAO, José Graziano da Silva, a agenda ainda está sendo finalizada, mas há dois temas centrais do encontro: a resposta dos países da região à alta de preços e a crise alimentar e a descentralização da FAO.
"Estamos preparando um documento mostrando o que os países fizeram para enfrentar essa crise, de maneira a compartilhar com os países presentes esses mecanismos efetivos usados na região", informou em entrevista coletiva à imprensa na capital argentina.
"A FAO está impulsionando uma política de descentralizar e eu espero poder acelerar esse processo e poder implementar efetivamente essa descentralização porque essa é a melhor maneira de atender aos 33 países da região", disse Graziano. Ele voltou a defender a regulação das commodities agrícolas para controlar os mecanismos financeiros que "passaram a contaminar os preços dos alimentos". Graziano ressaltou que a volatilidade desse mecanismo não beneficia os consumidores, nem os produtores porque produz inflação.
"Periodicamente vemos a inflação reaparecendo para beneficiar poucos especuladores internacionais. Creio que devemos abrir mão um pouco, dessa ideia de total desregulação e estabelecer algumas regras", afirmou. Ele insistiu na necessidade de aprovar normas para dar transparência às informações sobre estoques e previsões de plantio.
"Temos que trabalhar no sentido de que as commodities agrícolas não sejam tratadas somente como um ativo financeiro e que os países tenham regras que vão determinar, no futuro, como um mecanismo de coordenação para saber em que momento se deverá intervir com estoques reguladores ou não", detalhou.
"A segurança alimentar se impõe hoje como demandante de uma regulação internacional que não existe", disse Graziano. Para completar, ele afirmou que uma das prioridades de seu mandato de quatro anos, a partir de janeiro, será o de dar impulso a melhores condições de acesso à produção como uma forma de acabar com a fome no mundo.
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