A ex-ministra Patricia Bullrich, candidata à presidência da Argentina pela coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança, criticou nesta quinta-feira (21) o presidenciável libertário Javier Milei por ter votado, como deputado nacional, a favor de uma reforma do Imposto de Renda.
Na terça-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que amplia a isenção do imposto para quem ganha até 2 milhões de pesos argentinos por ano (cerca de R$ 28 mil). A proposta, que agora será apreciada pelo Senado, havia sido apresentada pelo ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do peronismo à Casa Rosa na eleição de outubro.
Em entrevista à rádio Rivadavia, Bullrich sugeriu que Milei pode estar sendo enganado pela esquerda. “Conheço muito bem a história do peronismo, a história do kirchnerismo, para entender que o peronismo sempre agiu da mesma forma: quando vê que existe algo que pode competir com ele, compra-o, se intromete, oferece-lhe o que não tem”, disse a candidata.
“Milei está num processo de fascínio por setores do peronismo que são espertos, que sabem lidar com o poder, o que vai levá-lo a uma situação de grande perda de confiança por parte da sociedade”, acrescentou Bullrich, que afirmou que acredita que o voto a favor do governo foi mais uma manifestação de “ingenuidade” de Milei do que um indicativo de acordo político.
“O apoio de Milei à redução de impostos sem uma contrapartida, que é a base de um orçamento, é uma posição irresponsável, igual à de Massa. Agora, seria isso um pacto? Não quero classificar [assim]. É uma posição irresponsável. Se eles querem ganhar votos de forma irresponsável, isso é com eles”, disparou a ex-ministra da Segurança no governo de Mauricio Macri (2015-2019).
Com Bullrich em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Milei e Massa, a Juntos pela Mudança tem subido o tom contra o candidato libertário, que chegou a sugerir que Macri poderia ser um “superembaixador” da Argentina caso ele seja eleito presidente.
Na terça-feira, na província de Córdoba, o próprio Macri afirmou que faltam experiência e apoio a Milei para governar o país.